Foto. Eurico Carrapatoso
Uma longa carreira dedicada ao piano, divergente dos trajectos tradicionais, abordando repertórios que incluem música portuguesa. Por entre uma extensa discografia, gravou Carlos Seixas, Francisco de Lacerda, Jorge Peixinho e Fernando Lopes Graça – retornando a este no seu novo CD-duplo, monográfico, que inclui quatro obras do compositor tomarense, três das quais nunca antes registadas, entre elas o histórico Canto de Amor e de Morte, na versão original. A razão para a abordagem desta obra que Lopes Graça não queria que fosse tocada é o ponto de partida para uma saborosa conversa com o pianista brasileiro José Eduardo Martins, em que se fala do seu percurso e opções artísticas, de música portuguesa e brasileira e da dupla digressão que o traz de regresso ao nosso país, ao lado da mulher, a pianista Regina Normanha Martins, para recitais e workshops com repertório de compositores nacionais. Entre 31 de Maio e 18 de Junho, em Lisboa, Évora, Tomar e Braga, o pianista tem vindo a apresentar o novo CD e, em estreia absoluta, duas obras de Eurico Carrapatoso e João Francisco Nascimento.
Ouvir em podcast:
José Eduardo Martins na estreia de Missa sem Palavras, de Eurico Carrapatoso, no passado sábado, em Évora.
Incrível !
A obra é fruto de uma mente dotada de arte e engenhosidade singulares.
A performance permitiu uma perfeita “visualização” das três vozes dentro da polifonia, mantendo um diálogo constante entre elas. A impressão é de ouvirmos um diálogo de sinos.
Um grande compositor, por um pianista de extrema sensibilidade.
Prezado Paulo Marcos Filla,
É sempre uma alegria a leitura de comentário inteligente.
Realmente Lopes-Graça ultrapassa a categoria do bom compositor. Estamos diante de um Grande Mestre exemplar.
Saudações,
José Eduardo